Em alta, vendas do Paraná para o exterior superam resultado de 2021

De janeiro a outubro, as exportações de produtos cresceram 18% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado

Alimentos somam quase 40% de tudo que o estado exportou em 2022, seguido por madeira, automotivo, papel e celulose e máquinas e equipamentos. (Fotos: Gelson Bampi)

As exportações paranaenses mantiveram o ritmo de crescimento e, em outubro, somaram US$ 1,985 bilhão em mercadorias, valor 34% acima do registrado no mesmo mês de 2021. Já as importações atingiram os US$ 2,089 bilhões, superando em 45% o resultado divulgado em outubro do ano passado. Com esta diferença, o saldo da balança comercial paranaense ficou negativa em outubro, em US$ 104 milhões, diferente do resultado nacional, que foi superavitário em US$ 3,917 bilhões.

No acumulado de janeiro a outubro, o saldo da balança comercial do estado registra déficit de US$ -267 milhões, em virtude da diferença de valores entre o que o estado vendeu este ano para fora (US$ 18,821 bilhões) e o que comprou para uso na fabricação de produtos (US$ 19,088 bilhões). Mesmo assim, as exportações paranaenses acumulam expressiva alta de 18%, em valores, no resultado acumulado desde janeiro.

“Há alguns meses o resultado da atividade de comércio exterior paranaense se repete. Mas é mais um reflexo da inflação dos preços dos produtos no mercado internacional do que um real crescimento no volume de mercadorias”, justifica o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe. “Para conter a inflação de preços, potências como Estados Unidos e diversos países da Europa estão aumentando as taxas de juros, fato que pode desestimular o consumo, com possíveis impactos nas vendas do Paraná para o exterior”, explica.

Mercados e produtos

Os principais destinos das mercadorias vendidas pelo estado para fora do país, em outubro, foram China (US$ 225,5 MILHÕES), Argentina (US$ 163 milhões), Estados Unidos (US$ 160 milhões), Holanda (US$ 104 milhões) e México (US$ 98 milhões). Para estes locais foram 38% de tudo que o Paraná comercializou no mês. O restante seguiu para outros 166 países.

No ano, as vendas para o mercado chinês, principal cliente paranaense, somam US$ 3,3 bilhões, embora estejam caindo quase 28% na comparação com o que foi registrado no mesmo intervalo do ano passado. Já para os norte-americanos, as vendas estão crescendo 21% de janeiro a outubro, totalizando US$ 1,5 bilhão. Melhor ainda é o resultado das exportações para a Argentina, que até o momento crescem 57%, em US$ 1,2 bilhão. México também em alta, de 46%, soma US$ 667 milhões. E, por fim, a Holanda, com US$ 607 milhões, supera em 26% o resultado de 2021.

Os principais fornecedores de insumos para a indústria estadual em outubro foram a China (27%), Estados Unidos (10%), Emirados Árabes Unidos (9,7%), Holanda (5,9%) e Índia (5,1%). Destes cinco países, o Paraná comprou 58% de tudo que importou no mês. Outros 42% vieram de outros 100 destinos. De janeiro a outubro, a China já vendeu ao estado cerca de US$ 5 bilhões em produtos (alta de 58%). Na sequência vêm Estados Unidos (US$ 2,4 bilhões e alta de 63%), Argentina (US$ 807 milhões, com queda de 12%), Paraguai (US$ 799 milhões e 12%) e Alemanha (781 milhões e alta de 3,2%).

Em outubro, a soja continuou sendo o carro-chefe da pauta de exportações paranaenses, representando 20% do total. Em seguida vêm carnes (18%), material de transportes (12%), madeira (6%) e açúcares e produtos de confeitaria (5%). Juntos, estes cinco itens representam 62% das exportações estaduais. Já nas importações mensais, produtos químicos lideraram os pedidos (29%). Na sequência, aparecem petróleo (22%), material de transporte (11%), produtos mecânicos (8%) e materiais elétricos e eletrônicos (6%). Estes cinco itens respondem por 76% das compras totais do mês.

Este ano, três dos cinco principais produtos vendidos pelo Paraná para fora do país são ligados à atividade agroindustrial. A soja representa 28% do total exportado pelo estado. Depois seguem carnes (18%), madeira (8,3%), material de transporte (8,2%), açúcares (4,3%) e papel e celulose (4%). Já entre as compras do ano, 38% correspondem a produtos químicos. Seguem a lista petróleo (14%), material de transporte (10%), produtos mecânicos (8,4%) e materiais elétricos e eletrônicos (7,5%).

De todas as atividades econômicas do estado, a indústria de transformação foi responsável por 85% das vendas paranaenses para fora do país. Alimentos (41%), automotivo (12%), papel e celulose (7,6%), madeira (6,3%) e máquinas e equipamentos (5,3%) foram os itens mais negociados. Já nas importações, a indústria de transformação responde por 96% do total. Os itens mais utilizados no segmento foram produtos químicos (27%), petróleo (23%), automotivo (11%), itens de informática e eletrônicos (9%) e máquinas e equipamentos (8%).

Ao longo do ano, o cenário não muda muito. Os alimentos somam quase 40% de tudo que o estado exportou, seguido por madeira e automotivo (ambos com 8,5%), papel e celulose (7,4%) e máquinas e equipamentos (4%). Nas importações, o segmento de produtos químicos foi o que mais demandou produtos estrangeiros (36%). Depois vêm petróleo (13%), automotivo (10%), máquinas e equipamentos (9%) e produtos de informática e eletrônicos (8%).

“Outro alerta que pode impactar nas vendas do Paraná é a taxa de câmbio. Ela ainda permanece em patamares que favorecem as exportações, com variação de apenas 0,25% de apreciação em outubro. Mas como é sensível a mudanças de ordem política e econômica, pode influenciar na atividade de comércio internacional nos próximos meses”, conclui.

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