Publicado pelo jornal Gazeta do Povo, em 30 de junho de 2013
Por Edson Campagnolo
É chegada a hora.
Conclamamos homens e mulheres de bem. A sociedade civil e os movimentos sociais devem participar efetivamente da decisão do que é melhor para o país. Precisamos de uma verdadeira ALIANÇA PELO BRASIL.
Nas últimas semanas, o Brasil passou por momentos de agitação pública como há muito não se via no País. Apesar de episódios de violência, causados por minorias de vândalos infiltrados entre manifestantes pacíficos, o clamor das ruas já vem dando resultados, com a classe política se mobilizando para aprovar medidas que vão ao encontro do desejo da população.
Desde a crise norte-americana em 2008, e passando pela crise na Europa em 2011, o Brasil já tem sido colocado à prova. Até aqui, conseguimos suportar essas crises externas, em boa parte graças ao amadurecimento político, institucional e democrático alcançado nas ultimas décadas. Todos os presidentes que passaram pelo Palácio do Planalto recentemente tiveram participação efetiva para que pudéssemos ser vistos como o país do futuro, mesmo nesses momentos de crises internacionais.
Os avanços alcançados, no entanto, não permitem que sejamos omissos. Sabemos que em uma democracia é preciso conviver com as diferenças de ideias ou posicionamentos – o que é um bom exercício –, mas isso não quer dizer que devemos fechar os olhos aos vícios e mazelas do poder público. A cada 6 meses eclode um escândalo, um novo caso de corrupção vem à tona, graças à atuação da imprensa livre e das mídias sociais presentes na vida dos brasileiros. Isso acontece principalmente por problemas estruturais no sistema político brasileiro.
Essa realidade contrasta de forma gritante com o enorme potencial que o país tem para se desenvolver de maneira justa e sustentável. Não existe no planeta lugar melhor que o Brasil. Temos um clima favorável, solo fértil, riquezas naturais abundantes e, acima de tudo, um exército de empreendedores ansioso por produzir, inovar e começar novos negócios.
Como consequência das manifestações, os Poderes Executivo e Legislativo colocaram na pauta de prioridade do país a necessidade de uma reforma política. Esta deve ser a primeira reforma a ser realizada. Não podemos, por exemplo, permitir que o Brasil, a cada dois anos, seja paralisado politicamente para a realização de eleições. Além disso, precisamos de mudanças estruturantes que possibilitem mais dinamismo à nossa sociedade e melhorias na qualidade dos gastos e serviços públicos. É necessário enfrentar, com seriedade, também as reformas tributária e fiscal, trabalhista e previdenciária, enfatizando a simplificação e reduzindo a burocracia.
O ambiente atual, diante do clamor das ruas, é favorável para iniciar todo esse processo de mudanças, que deve passar por um amplo diálogo com toda a população. Não há mais espaço para que políticos legislem ou definam programas públicos em proveito próprio ou para beneficiar seus apadrinhados. É papel da sociedade civil organizada, por meio das entidades representativas e de classe, apontarem o que estiver acontecendo de errado. Como diz o sábio Rei Salomão em seu livro de Provérbios, “quem esconde a verdade causa problemas, mas quem critica com franqueza trabalha pela paz”. É isso que queremos: uma nação próspera e em paz.